Além de deixar 17 pessoas mortas, duas desaparecidas e centenas de desabrigados, o rompimento da barragem de Fundão, da Samarco Mineradora, em Mariana, causou um rombo na economia mineira. A previsão é de que, somente em novembro, o acidente tenha reduzido em 20,2% o faturamento da indústria extrativa mineral, que responde por 25% da economia de Minas Gerais. Como reflexo, a receita do parque industrial do Estado fechou novembro em queda de 23,6% ante igual mês do ano passado.
A informação foi divulgada nessa quarta (20), no relatório Indicadores Industriais (Index), elaborado pela Federação do Estado de Minas Gerais (Fiemg). A interrupção da Samarco em Minas pode, inclusive, contribuir para piorar ainda mais os números da indústria mineira no ano. Se antes as previsões da Fiemg eram de retração de 15% no faturamento de 2015, ante 2014, agora, o índice pode ir além. Em novembro, aliás, ele já extrapolou a estimativa e bateu os 15,8%.
De acordo com a economista da Fiemg, Annelise Rodrigues da Fonseca, com a paralisação da mineradora, as empresas que forneciam para a Samarco acabaram reduzindo a produção, impactando nos números. “Como a mineradora fez um acordo para segurar os funcionários, os números ainda não bateram nas demissões”, explica.
E as dispensas seguem em alta. Entre novembro de 2015 e o mesmo mês do ano passado houve queda de 10,4% no número de empregados na indústria.
Sem pedidos, as horas trabalhadas também registraram queda vertiginosa, com diminuição de 8,3% em novembro e de 9,9% no ano. Com mais gente em busca de emprego e com a economia respirando por aparelhos, a massa salarial real despencou 11,5% em novembro e 8,7% no ano.
Setores
Entre os segmentos, máquinas e equipamentos acumularam a pior queda no acumulado do ano no confronto com 2014, com queda de 47,4%. Segundo Annelise, além da escalada do dólar, que inviabiliza a compra dos produtos, a falta de investimento no país também inibe o setor. Em seguida aparecem os produtos de metal, com retração de 41,5%, e os veículos automotores. “A inflação corrói a renda do consumidor e os investimentos em produtos mais caros fica praticamente inviável”, afirma.
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